Hummm... Adiando por muito tempo, vamos logo compor um texto inaugural pra esse blog.
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Andava com saudades de ter um blog. É algo meio retrô, nesses tempos de twitter e blá, mas é um formato em que cabe bem minha verborragia.
Acho que meus últimos textos postados datam de dezembro de 2007, no ainda online On Being Sane In Insane Places. Parece que parei por acreditar que não tinha nada interessante pra escrever. Sim, a fuga, transtornos neuróticos.
Na verdade, era como se aquele ultimo texto, “A Minha Vida na Avenida Governador Mário Covas”, não pudesse ser superado. Eu gostava muito dele à época. Acho meio bobo, hoje. Era um texto em “fluxo de pensamento”, que foi uma forma com a qual eu realmente me identifiquei, principalmente na época do Defenestrando Conjecturas, outro blog extinto.
Desde o começo da Era Blog, nos remotos tempos de blogger.com.br, tive muitos. Primeiro o "Policromia Mórfica (ou Polimorfia Crômica?)". Depois o "Repudiável Mundo Novo", um blog coletivo. Teve até um que eu escrevia junto com uma garota do... Espírito Santo? (como era mesmo o nome dela?). Tempos de ICQ. Se me lembro, o blog se chamava "Martelo & Bigorna". Também existiu o "Fantástico Mundo de Jack" (onde a parceria com o Isaac, dos tempos de Repudiável se repetiu) e do qual eu e o Hugo finalmente migramos pro On Being Sane...
Quase todos os textos se perderam. Lamentável.
Nesse hiato que existiu, muitos textos me passaram pela cabeça. Nunca param, alias. E quase fundei uma porção de blogs. Até escrevi o texto inaugural de um deles, onde eu gastava um tempo falando sobre Scott Pilgrim e 20th Century Boy, a forte presença do trope ‘ascended fanboy’ neles e sobre como isso tudo me comove e por que raios eu me recuso a ler mangá hoje em dia. Mudei o nome do blog e a introdução perdeu o sentido. Tantos textos se perderam por não terem um depositório... É hora de começar.
No fim, o blog é pra isso: pra escrever por escrever, escrever porque os textos ocorrem sem serem convidados, escrever pra manifestar, refletir, sintomatizar, relatar, especular... Sobre esquisitices, cotidianidades, angústias, anseios, teoria, prática... sobre nada e sobre tudo. Como num diário, introvertido: não pra contar o que acontece, mas o que penso sobre o que acontece. Afinal, como diz o [heterônimo do] poeta: “Pois o que é tudo senão o que pensamos de tudo”. É uma espécie de auto-exorcismo, acho. Oportunidade para uma ontogenética, uma exegese de si mesmo pelo discurso.
A palavra é farmacon. A palavra é morte da coisa. Sepultemos, pois, a entidarte enxertada no discurso pra suprir a omissão do sujeito do mesmo...
Por fim, pensei que talvez devesse dizer quem sou. Mas, conforme já dito, acho que isso há de se manifestar no texto. Mais do que eu gostaria, até.
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